segunda-feira, 17 de junho de 2024

1ª Meia Maratona de Massaranduba - 21/km - 16/06/2024

Saudações nobre diário de bordo, hoje venho registrar o relato da minha participação nessa meia maratona.

A nossa equipe da assessoria Du Correa marcando presença no evento

Domingo começou comigo acordando às 3 horas da manhã (sim, 3 horas da madrugada😩), como se não bastasse eu só me sujeitar a tal sofrimento, como mulher tóxica que sou, fiz meu marido e meu pobre filhinho acordarem também para que acompanharem nessa loucura. O Dante geralmente consigo colocar ainda dormindo no carro mas dessa vez ele acordou junto pois tava todo animado com a viagem também. Fiz os devidos preparativos, coloquei meu look, ajeitei minhas tralhas, fiz uma garrafa de café e embarcamos às 4h15 saímos de casa. No caminho demos carona para o Luis Gustavo, nosso amigo que também participou da prova no percurso de 10 km. A viagem foi bem tranquila, chegamos bem cedo no local da largada e fui correndo pro banheiro, pois o golinho de café que tomei no caminho fez o seu efeito colateral imediato e graças a Deusa, os banheiros estavam impecáveis, limpinhos e com bastante papel higiênico disponível. Fiz o que precisava ser feito (duas vezes😰💩💩), depois peguei o meu kit que já estava com o treinador e terminei de me arrumar. Tomei um pouco do meu suco mágico de beterraba e meu pré treino. Faltando 10 minutos pra largada fiquei muito apurada pra fazer xixi, mas nessa altura já tinha uma fila enorme e não ia dar tempo... fui obrigada a buscar uma alternativa raiz e usando meu marido com escudo humano consegui me aliviar atrás do nosso carro. E que bom que fiz isso pois a bexiga tava bem cheia e não ia ser legal correr apertada daquele jeito. Depois dessa performace fisiológica foi com a maior cara de sonsa para a concentração na largada como se nada tivesse acontecido. A largada atrasou 6 minutinhos, mas tudo certo. E assim que largamos, estava indo tudo muito bem e tudo muito maravilhoso...

na minha cabeça era só: "ACABAPELOAMORDEDEUS"

Primeiro km no pace forte abaixo de 5, porém estava muito confortável, então resolvi manter o ritmo, até que chegando no km 8 me deparei com o tal "morrinho" de que tanto falaram (avisada eu fui, mas não levei muito a sério o papo de que teria muitos morros nesse percuso), um morro desgraçado que destruiu todas as minhas fibras musculares das pernas...Consegui vencer o tal morro, tentei voltar ao ritmo que estava antes do morro mas não teve jeito.  Continuei só porque não tinha outra opção. Mas foi difícil, pois pelo caminho ainda teve os "filhotes" desse morro que eram outros morrinhos, sobe e desce, sobre e desce...até que chegamos na curva da volta e eu não sabia se chorava ou se chorava mesmo, porque rir nem me passava pela cabeça. O seu João Cunha que é uma das lendas da corrida da nossa equipe, foi me acompanhando e me dando uma moral pra que eu não fraquejasse, me ajudou muito, mas chegou um momento que ele ligou o turbo e  seguiu em frente. 

"LA VERDAD ES QUE NO SOY TAN FUERTE QUANTO JO PENSAVA"

A cada km vencido eu fui ficando mais esgotada, aproveitava as descidas pra soltar as pernas e recuperar velocidade, levei umas barrinhas de banana com açaí em vez de gel pra suplementar mas não tive coragem de comer (um erro grande que avaliei depois). Eu achava que não ia conseguir engolir ou que ia me fazer passar mal, mas mal eu passei de qualquer jeito. 

Quase entrando em colapso mas fingindo plenitude

Talvez se tivesse feito a suplementação não teria sofrido tanto, sei lá... só sei que lá pelo km 15 meu braço esquerdo começou a formigar e senti um grande desconforto no peito e pensei: "é hoje que vou de arrasta..." então se for pra morrer que seja correndo mesmo, diminui um pouco o ritmo e pedi pra aguentar pelo menos até a chegada pra não atrapalhar a prova... no km 17 eu parei um pouco, realmente não estava aguentando mais, queria que alguém fosse me buscar, mas como não tinha essa opção eu me vi obrigada a continuar, no km 18 eu queria chorar, no 19 km me bateu mais um desespero, quando finalmente cheguei no km 20 comecei a voltar ao normal e fiquei animadinha, mas sofrendo muito, minhas coxas estavam parecendo dois troncos de madeiras de tão duras e travadas que estavam, quando estava faltando uns 600 m, um sujeito chegou no meu lado e me "desafiou" a dar um tiro até a chegada, achei muito motivador, gostei da ideia mas falei pra ele que não tinha certeza se daria conta de acompanhar ele, ele falou vamos chegar juntos é só não parar, me deu o maior incentivo, achei muito legal, aí falei: "então tá, vamos!!" e liguei o meu modo turbo, dei 3 passadas e ouvi um "ai ai ai", o meu novo amigo parou ali, acho que deu uma caimbra nele, eu fiquei sem acreditar mas continuei pois só queria acabar logo com aquela agonia.

Quem vê chegando assim acha até que eu tava bem kkkkkkkk

Cheguei naquele pique e quem me viu chegando naquele gás não poderia imaginar o quanto que rastegei durante essa prova. Meu objetivo era terminar os 21 km em menos de 2 horas, se possível entre 1h50m e 1h55m. E consegui passar na linha da chegada em 1h49m28s o que considerei um excelente resultado diante das adversidades do percurso. Tomei bastante água, ganhei um isotonico da Nitrix e uma barrinha de proteína. 

sem comentários

Fiquei alguns minutos sentada me hidratando e recuperando meu fôlego, minhas pernas doiam muito (estão doloridas até agora). Enquanto aguardava pelo resultado oficial, ficamos na expectaviva pela largada da corrida Kids, que aconteceu após o termino da prova dos 21 km. 

Só de receber a medalha e o isotônico eu já fiquei feliz.

O Dante correu "fofinho" como sempre, ficou em último na bateria dele mas  não ficou abalado com isso, já está acostumado. Eu sempre fico recesosa que ele caia ou atropele alguma criança mas é mais fácil ele ser atropelado pelos mais fominhas pois ele é muito de boa nessas competições. .

Dante no "pace fofura da mamãe" 

Mas deu tudo certo. As crianças correram direitinho e ninguem se machucou. No final todos receberam uma linda medalha de participação, o Dante amou a nova medalha pra sua coleção.

Todo faceiro.


E o resultado RESULTADO demorou um pouco pra sair e de repente alguém já tinha visto que eu consegui pódio de 3º lugar na categoria - 11 atletas ao todo nessa categoria. Fiquei 13º no geral feminino - de 65 atletas ao todo no percurso de 21 km. Sinceramente eu não tinha grandes expectativas com relação a pódio. Tinha um pouquinho só, sempre lá no fundo tenho um pouco de esperança mas não gosto de ficar alimentando esse tipo de expectativa porque se não dá certo eu fico muito frustada. Mas 3º lugar na categoria pra mim é sempre especial. Ainda mais em uma meia maratona casca grossa dessas. Se eu tivesse desistido como a minha mente queria lá no km 17 certamente não teria conseguido esse pódio. Vontade de desistir, caminhar ou mesmo parar para sentar e chorar eu senti bastante. Acho que em uma corrida nunca tive esse tipo de sensação, já passei por algumas provas que considerei traumatizante mas essa foi diferente, acho que tô ficando velha e tô ficando nutella, sei lá o que tá acontecendo comigo, talvez tenha sido o desgaste extremo mesmo. 

Eu agora mais feliz ainda no pódio com as musas da categoria 40-44 anos

Achei pelo que eu sofri nessa prova não teria nenhuma foto que prestasse, mas para a minha supresa eu gostei de várias fotos e gastei uma pequena fortuna no site FOCO RADICAL nos registros e é claro que usei o cupum de desconto da minha amiga Talita.

Quando perguntei pro Dante se ele queria subir no pódio comigo, na hora ele topou e ficou todo bobo segurando o baner da assessoria enquando a mamãe segurava o troféu.

Uma coisa que tem acontecido comigo que observei ultimamente é que depois de uma prova ou treino intenso, onde eu suo bastante (sou muito calorenta), após um tempo quando o corpo estabiliza, eu começo a sentir muito frio e tenho calafrios, fico tremendo igual vara verde parecendo que vou morrer congelada, mesmo com o clima normal com sol mas na sombra eu começo a sofrer com esse frio esquisito. E isso tem acontecido com frequencia ultimamente tanto que tava achando até normal. Mas enquando aguardava a premiação, eu comecei a passar o mal do frio esquisito, me tremi um monte, fiquei toda arrepiada... achei que era porque o corpo esfriou e eu estava com a roupa umida. Depois da premiação fomos direto pro carro, onde tirei a camiseta e me enrolei no cobertor pra voltar pra casa. Hoje fui pesquisar sobre essa condição e descobri que isso acontece quando agente faz atividade física de alta intensidade e a glicemia fica muito baixa, o que explica muita coisa e faz todo sentido pra mim, já que corri praticamente em jejum. Na verdade comi uma barrinha de cereal e enquanto tomava o café preto sem açúcar durante viagem na ida. Depois da chegada eu deveria ter comido pelo menos uma banana pelo menos, mas não conseguia comer nada, tava meio enjoada, assim como durante a prova, eu deveria ter ingerido alguma coisa, sou muito cabeçuda mesmo. Mas agora tô consciente dessa condição e vou fazer as adaptações necessárias para não ter que passar por esse tipo de sofrimento de novo. Só sei que cheguei em casa e tomei um banho bem demorado e quentinho, nossa acho que foi o banho mais gostoso da minha vida. Saí do banho varada da fome. Comi e depois finalmente fomos tirar um cochilo, até o Dante dormiu junto.

Meu certificado de partipação


Considerações finais sobre essa corrida - Organização do evento: nota 10, tinha feirinha vendendo produtos coloniais, moda fitness, café, pastel, chop, etc.  Achei o povo muito acolhedor, todas as interações sociais que fiz com os seres humanos durante o evento foram bem agradáveis. Bastante banheiros disponveis e em excelente condição. Muitos pontos de hidratação ao longo do percurso, a cada 2,5 tinha um ponto de hidratação com água geladinha para os atletas, achei excelente a distribuição das águas, certamente foi o que garantiu a minha sobrevivência nessa prova.

O clima estava agradável. Não fez aquele frio de doer os ossos que todos temiam e também não teve calor com sol escaldante na moleira. Logo após a largada, ainda nos primeiros km, fomos contemplados com um magnífico nascer do sol que me fez me sentir muito especial e abençoada por poder desfrutar daquele momento.

Pretendo correr novamente essa meia maratona?? NÃO!! Talvez encare o percurso de 10 km numa próxima oportunidade, mas 21 km em Massaranduba NUNCA MAIS!!

Agora preciso me recuperar fisica e mentalmente também, sinceramente essa corrida me deixou meio abalada pelas sensações de morte que senti. Vou agendar um cardiologista só pra desencargo de cosciência também...

E seguimos em frente, temos uma planilha de treinos e outras provas na agenda. A próxima corrida será só em Julho agora. Então bola pra frente!!

Parabéns a todos que encararam esse desafio, seja nas distâncias de 5, 10 ou 21 km, "não é a velocidade ou a distância que definem um corredor, mas sim sua paixão."










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