Saudações queridos amigos, curiosos, desconhecidos e ocasionais leitores. É com uma sensação ainda estranha e bizarra que venho comunicar a todos o meu mais recente drama com a minha lesão.
Quando eu estava já me conformando em tratar uma possível "tendinite no glúteo médio esquerdo", iniciando inclusive a fisioterapia, minha mãe invocou em me levar em outro médico, o qual me pediu uma ressonância magnética (exame caríssimo que precisei fazer um empréstimo no banco pra pagar) no qual mostrou nitidamente que adquiri uma fratura por estresse no colo do fêmur.
Isso eu conseguia sentir direitinho e também pude identificar a fratura na imagem do exame. A minha única preocupação era: "Quando vou poder voltar a correr, doutor??" e ele me disse rindo que eu não deveria pensar em correr por enquanto, que vou precisar de no mínimo 6 meses parada pra tratar dessa lesão e que deveria usar 2 muletas para que em nenhuma hipótese eu devesse apoiar o peso na minha perna esquerda para que o osso possa se solidificar direito. Nesse momento eu comecei a chorar e só consegui parar 18 horas depois... Juro, cheguei a desidratar de tanta lágrima que derramei.
Aí ele pediu pra fazer um exame pra ver o nível de vitamida D no organismo, receitou uns suplementos de vitamina D e mais um comprimido que tenho que tomar 1 x por mês (por 6 meses) que custa R$100,00 cada pílula.
Enquanto eu me debulhava em lágrimas, o Dr. tirou foto do meu exame alegando que esse tipo de lesão era coisa rara e que ele iria mostrar isso em um congresso, juro que eu preferiria ter morrido naquele instante de tão injuriada que eu me senti.
Sei que pode parecer exagero esse meu drama, mas pra mim foi (está sendo) realmente muito difícil ter que aceitar essa condição, principalmente por eu ter que me privar de fazer algo que eu mais gosto e que me fazia tão bem. Correr me fazia me sentir que existia uma razão pra viver. Me sentia especial, bonita, forte cada vez que saia pra treinar ou competir e agora ter que aceitar que não posso mais fazer isso tá sendo muito difícil mesmo. Ainda não sei o que vai ser de mim e também não quero mais pensar no futuro e muito menos criar expectativas pra mais nada.
Esse ano de 2013 foi o ano da frustração. Não vou dizer que não aconteceu nada de bom, só que tudo de bom que aconteceu não foi capaz de superar as merdas nem de longe. Infelizmente a minha roda gigante da vida resolveu me deixar na parte de baixo, bem pra baixo e acho que deve ter estragado pois não quer mais subir.
O Dr. terror me falou que não posso andar, correr, pedalar, mas posso nadar. Ainda falou que depois de uns 3 ou 4 meses "talvez" ele possa me liberar para fazer musculação ahahahaha ODEIO MUSCULAÇÃO CARALHOOOOO, e falou que eu posso nadar DESTESTOOOO. Nossa, porque ele não me matou com um tiro no coração de uma vez?? Com certeza iria doer menos e tudo se resolveria muito mais rápido.
Mas deixando um pouco a minha rabugentisse de lado... Vou ter que aceitar e fazer o que dá pra ser feito.
Apesar dos pesares eu tenho feito abdominais e trabalhado os braços enquanto minhas pernas atrofiam... |
Apesar de eu ainda estar agindo de forma rebelde (hoje mesmo fui trabalhar pedalando de bike mesmo...), pretendo comprar a 2ª muleta para formar o par e tentar andar sem apoiar a perna estragada.
Vou procurar também algum plano de saúde já que pelo visto vou começar a frequentar muito mais o consultório médico do que qualquer outra coisa.
O jeito é viver um dia de cada vez, não vou e nem quero pensar no futuro. Não vou mais ficar fantasiando as próximas provas que eu poderia competir pois meu coração já tá machucado demais por ter que enfrentar toda essa limitação e tenho medo de ficar deprimida demais, cair nas drogas, foder com tudo de vez e nunca mais me recuperar...
Já que o Dr. coisa disse que eu posso nadar e o calor do verão tá chegando eu vou nadar mas é na praia pois eu detesto piscina. Na verdade eu peguei um trauma de quando eu fazia natação mesmo contrariada e um belo dia encontrei um baita catarrão boiando na minha raia. Nunca mais fui a mesma!! Sei que no mar também tem muita nojeira mas sei lá... dá a impressão que o sal do mar dissolve mais rápido com as tranqueiras haha.
Minha cara depois de 40 minutos de agonia nadando na enseada ... |
Tenho o maior respeito pelo mar e morro de medo de nadar na parte onde não dá pé. Mas prefiro mil vezes me arriscar na correnteza da maré cheia de água-viva, xixi e outras coisas do que ficar nadando de uma borda a outra numa piscina cheia de catarro.